Artur Bueno Júnior
Produtividade e condições de vida

Foto: Giorgio Trucchi
O jornal Folha de S.Paulo publicou no domingo (dia 31) uma reportagem com o título "Um trabalhador americano produz como quatro brasileiros". O texto restringia e apontava, como único fator do rendimento do trabalho, o esforço do trabalhador.
Tal concepção reforça a velha ideia de que somos um povo vagabundo e que só trabalha quando o chefe está olhando. Assim mesmo, com o chicote na mão.
Tal mensagem é uma afronta e, principalmente, uma inverdade. O índice de produtividade do trabalhador brasileiro envolve, em primeiro lugar, sua educação (aspecto sempre relegado ao segundo plano pela elite e pelos governos) e seu preparo profissional (no qual a grande maioria das empresas não investe).
Com relação à questão da qualificação cultural, científica e operacional dos trabalhadores, de modo geral, as empresas brasileiras querem operários qualificados, mas os querem já prontos. Investem pouco ou quase nada na tarefa de prepará-los aos desafios.
Mas há ainda outros fatores que pesam nesta equação - como a tecnologia empregada nas indústrias do País e, principalmente, a expectativa de recompensa salarial para quem vende sua força de trabalho.
Vejamos: os EUA também têm salário mínimo! Embora o salário mínimo de 29 dos 50 estados norte-americanos seja maior que este mínimo nacional, o valor deste último é de pelo menos US$ 7,25 por hora.
E isso sem reajuste desde 2009. Com o dólar a R$ 3,10, isso dá R$ 22,47. Exatas 6,27 vezes mais que a hora de trabalho pelo salário mínimo brasileiro, que é de R$ 3,85.
Mas pesa também contra o brasileiro a questão tributária, influindo diretamente no custo de vida (nossa carga tributária é de 41,37% do PIB, segundo o IBPT-Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação).
Trabalhamos até o dia 31 de maio somente para pagar impostos, taxas e contribuições para a União, os Estados e os municípios, um total de 151 dias.
Muito mais que os norte-americanos (98 dias). Ainda nesta linha, vamos comparar a educação, saúde e segurança do brasileiro com a do norte-americano?
Com toda razão, nós, do movimento sindical, revoltamo-nos quando um tipo de abordagem como esta coloca toda a culpa por algum problema econômico no trabalhador! É sempre o trabalhador que paga a conta pela nossa ineficiência ou falta de produtividade! Até quando vamos tapar o sol com a peneira?
Precisamos de ajustes estruturais e pelo menos aproximar nossas condições sociais das oferecidas pelos países desenvolvidos. Só aí aceitaremos comparações.
Tal mensagem é uma afronta e, principalmente, uma inverdade. O índice de produtividade do trabalhador brasileiro envolve, em primeiro lugar, sua educação (aspecto sempre relegado ao segundo plano pela elite e pelos governos) e seu preparo profissional (no qual a grande maioria das empresas não investe).
Com relação à questão da qualificação cultural, científica e operacional dos trabalhadores, de modo geral, as empresas brasileiras querem operários qualificados, mas os querem já prontos. Investem pouco ou quase nada na tarefa de prepará-los aos desafios.
Mas há ainda outros fatores que pesam nesta equação - como a tecnologia empregada nas indústrias do País e, principalmente, a expectativa de recompensa salarial para quem vende sua força de trabalho.
Vejamos: os EUA também têm salário mínimo! Embora o salário mínimo de 29 dos 50 estados norte-americanos seja maior que este mínimo nacional, o valor deste último é de pelo menos US$ 7,25 por hora.
E isso sem reajuste desde 2009. Com o dólar a R$ 3,10, isso dá R$ 22,47. Exatas 6,27 vezes mais que a hora de trabalho pelo salário mínimo brasileiro, que é de R$ 3,85.
Mas pesa também contra o brasileiro a questão tributária, influindo diretamente no custo de vida (nossa carga tributária é de 41,37% do PIB, segundo o IBPT-Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação).
Trabalhamos até o dia 31 de maio somente para pagar impostos, taxas e contribuições para a União, os Estados e os municípios, um total de 151 dias.
Muito mais que os norte-americanos (98 dias). Ainda nesta linha, vamos comparar a educação, saúde e segurança do brasileiro com a do norte-americano?
Com toda razão, nós, do movimento sindical, revoltamo-nos quando um tipo de abordagem como esta coloca toda a culpa por algum problema econômico no trabalhador! É sempre o trabalhador que paga a conta pela nossa ineficiência ou falta de produtividade! Até quando vamos tapar o sol com a peneira?
Precisamos de ajustes estruturais e pelo menos aproximar nossas condições sociais das oferecidas pelos países desenvolvidos. Só aí aceitaremos comparações.
Rel-UITA
15 de junio de 2015

