
“A negociação continua estagnada, não houve uma nova proposta por parte da patronal que atendesse as reivindicações dos trabalhadores porque neste momento estamos em um impasse até amanhã, quando teremos uma nova reunião para decidir como continuaremos”, informou Wagner.
Segundo o dirigente, na última reunião mantida com os empresários, a proposta de piso salarial que ofereceram apenas superava o salário mínimo nacional, que é atualmente de 788 reais (293 dólares, aproximadamente), o que está abaixo das expectativas dos trabalhadores.
“Além de considerar insuficiente o reajuste oferecido pela patronal, esta não aceita as antigas reivindicações dos trabalhadores rurais da região, como, por exemplo a cesta básica e um refeitório com bandejão nos locais de trabalho.
Parece mentira que em uma região produtiva tão rica e desenvolvida como esta, os trabalhadores ainda sejam tratados como “boias-frias”, destacou.
“O pior de tudo – continuou o dirigente – é que também querem retirar os benefícios que nós conquistamos ao longo de 20 anos de luta sindical, se não aceitarmos o injusto sistema de Banco de Horas”.
“Por outro lado, devo destacar que todas as empresas produtoras aqui no Vale contam com certificações de qualidade (ISO), mas o que os consumidores destes produtos não sabem é que no Vale do São Francisco os trabalhadores muitas vezes acabam consumindo comida estragada, porque depois de longas jornadas de trabalho em um local onde não há onde refrigerar os alimentos, a comida da marmita se decompõe”, enfatizou.
O Vale do São Francisco está na região que fica numa altura média do Rio São Francisco, abrangendo os municípios de Juazeiro, Curaçá, Santo Sé e Casa Nova na Bahia e em Petrolina, no estado de Pernambuco.
Ali há um projeto de produção integrada de manga e uva fina para exportação, uma parceria entre a Embrapa, a Valexport e os produtores/exportadores dessas frutas.
Ocupa uma área de cerca de 1,5 mil hectares pertencentes a 14 empresas exportadoras de frutas “in natura”..
As exportações de manga e de uva estão destinadas principalmente ao mercado europeu e norte-americano.
“Permanecemos alertas diante desta situação, aguardando a nova proposta que nos chegará agora na quarta-feira, 4 de fevereiro.
Se não houver avanços, a greve será inevitável, apesar das empresas já estarem tentando intimidar os trabalhadores para que não participem das ações sindicais”, concluiu..


