Campania-Trabajo-Esclavo

Um novo aliado na luta contra o trabalho escravo

Com Elías D’Angelo
A OIT assina acordo de cooperação com a CONTAG
Um novo aliado na luta
contra o trabalho escravo
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Foto: Gerardo Iglesias
Nesta semana, a Confederação de Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e o escritório no Brasil da Organização Internacional do Trabalho (OIT) formalizaram um acordo de cooperação para a luta contra o trabalho escravo. A Rel dialogou com Elias D´Angelo, que está à frente da Secretaria de Assalariados Rurais da CONTAG, para conhecer mais detalhes deste compromisso.
-Como surgiu este acordo de cooperação com a OIT?
-Depois de assumir a direção da Secretaria de Assalariados Rurais, eu me propus a conseguir aliados no combate ao trabalho escravo, porque é muito importante contar com o apoio de outras organizações irmãs para podermos desenvolver nossa tarefa mais incisivamente.
Em virtude disto, no início de novembro do ano passado, Gerardo Iglesias, secretário regional da UITA, organizou uma reunião com a OIT em Brasília. Nesta ocasião, abordamos a questão do trabalho que a CONTAG vem fazendo na luta contra o trabalho escravo, e deixamos clara a nossa posição com relação à regulamentação da PEC 57-A.
Nesta reunião a OIT se comprometeu a intensificar o seu combate ao trabalho forçado e, a partir de então, começamos a participar de atividades do organismo assim como também desenvolver ações conjuntas. 
Nesta semana, a CONTAG e a OIT assinaram um acordo de cooperação no qual a OIT oficializou o seu apoio à luta contra o trabalho escravo no país.
O trabalho escravo é uma vergonha nacional
Mais visibilidade e maior conscientização

-Quais são pontualmente as ações previstas pelo acordo?
-Este projeto aborda uma série de atividades nas regiões ou nos estados do Brasil onde seja constatada uma maior vulnerabilidade em relação ao trabalho escravo e está prevista a realização de uma oficina nacional com os dirigentes e assessores sindicais com o objetivo de qualificá-los nesta matéria.
Estas ações serão feitas localmente nas regiões que apresentarem os índices mais altos de trabalhadores em situação de vulnerabilidade ao trabalho forçado.
Também será elaborado um manual para os dirigentes e trabalhadores, explicando como atuar em casos onde for detectado ou houver a suspeita de trabalho escravo.
Com este apoio, estamos desenvolvendo também um site dos assalariados rurais vinculados à CONTAG, que incluirá um Portal de Denúncias de Irregularidades Trabalhistas e de Trabalho Escravo, ao alcance de todos os cidadãos.
-Quais as suas expectativas para esta nova fase de trabalho?
-As melhores. Com este projeto pretendemos oferecer formação e informação como ferramentas de combate ao trabalho escravo.
Na medida em que o trabalhador e a trabalhadora estejam informados se transformarão em um instrumento fundamental no combate desta prática.
Creio também que está aberto a todos os setores e a todos os trabalhadores brasileiros, não vai ficar limitado ao setor rural.
-Você gostaria de incluir algo mais?
-Sim, eu gostaria de agradecer à Rel-UITA  e reconhecer a importância de seu papel neste processo.
Quando assinamos o acordo com a OIT, na primeira pessoa que pensei foi no  Gerardo (Iglesias) pelo constante apoio e colaboração com a nossa causa.