O apetite do grupo mexicano pode levá-lo a sofrer de indigestão?
Nova compra da FEMSA no Brasil
O apetite do grupo mexicano pode levá-lo a sofrer de indigestão? A agência classificadora Moody’s acaba de rebaixar a perspectiva futura do grupo.
Passados apenas dois meses da FEMSA anunciar a compra da Companhia Fluminense de Refrigerantes por 448 milhões de dólares, e eis que a gigante mexicana anuncia uma nova compra no Brasil.
Em comunicado datado de 31 de agosto passado, a maior engarrafadora do mundo dos produtos Coca-Cola anunciou que havia chegado a um acordo para adquirir cem por cento da Spaipa por 1,8 bilhões de dólares, negócio que requer a autorização da autoridade antimonopólio brasileira. A transação será financiada com dívida bancária.
O que está sendo comprado com esta apreciável quantia de dinheiro?
A Spaipa é a segunda maior engarrafadora do sistema Coca-Cola no Brasil.
Durante os últimos 12 meses, até 30 de julho de 2013, vendeu 233,3 milhões de caixas de bebidas, incluindo cervejas, gerando cerca de 905 milhões de dólares de lucro líquido.
O comunicado destaca que “o território da Spaipa cria um vínculo geográfico perfeito entre as operações da Coca-Cola Femsa no estado de Mato Grosso do Sul e no estado de São Paulo.
Esta transação aumentará o nosso volume de vendas no Brasil em 40 por cento, permitindo-nos atingir 39 por cento do volume do sistema Coca-Cola neste país”.
Apesar de tudo isto, a agência classificadora Moody’s rebaixou a perspectiva da FEMSA de estável para negativa, devido ao anúncio de um endividamento adicional de 2 bilhões de dólares para financiar a compra da Spaipa.
Segundo um porta-voz da Moody´s, esta operação aumentará o seu grau de alavancagem financeira em mais de duas vezes [1].
A Moody’s esclareceu que a compra é positiva, mas assinala que o risco dessa alavancagem “permanecerá acima da faixa aceitável para a qualificação por algum tempo”. A perspectiva é que será possível estabilizar-se nos próximos 12 a 18 meses.
Imagen: FEMSA Brasil.