Segundo os produtores, essa concentração dos abatedouros nas mãos de poucos os deixam sem opções para vender seus frangos, acarretando em um aumento de preço da ave para o consumidor final.
A JBS comprou na última semana a Indústria de Alimentos Avebom, no Paraná. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou, sem restrições essa transação.
De acordo com o vice-presidente da Avimasul (Associação dos Avicultores de Mato Grosso do Sul), Adroaldo Hoffmann, o monopólio dos grandes frigoríficos está cada vez maior. Ele afirma que dos 600 mil frangos abatidos por dia no Estado, 75% é comprado pelo JBS e pela BRF (Sadia/Perdigão).
“Nosso produtor fica nas mãos dessas grandes empresas, eles não têm poder de barganha. Não vejo boas perspectivas para uma solução”, afirma ele.
Adroaldo , no entanto, ressalta que para solucionar esse problema seria preciso haver mais cooperativas, dando, assim, mais opções para os pequenos fazendeiros venderem suas produções.
“Hoje o quilo de uma buchada de boi está mais caro do que o quilo de frango”, alerta ele. Segundo a Avimasul, o produtor vende as aves por unidade, ou seja, por cabeça. Em Sidrolândia a cabeça está custando R$ 0,60 e em Dourados R$ 0,55.
Um produtor rural da região de Dourados denuncia que é comum os fazendeiros sofrerem retaliações dos frigoríficos e, por isso, prefere não se identificar.
Segundo ele, o grande problema é que não há uma regulamentação fazendo com que tudo aconteça livremente. Ele diz que há em tramitação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 330, que estabelece condições, obrigações e responsabilidades nas relações comerciais entre produtores e Agroindústrias.
Os avicultores do Estado estão elaborando um documento aberto explicando todas as dificuldades encontradas no setor.
As empresas JBS/Friboi e BRF (Sadia/Perdigão) foram procuradas pela reportagem do Midiamax, contudo não se manifestaram.