FRIGORÍFICOS

Vazamento de amônia em fábrica da BRF

350 trabalhadores evacuados
Vazamento de amônia em fábrica da BRF
Funcionários da fábrica que produz alimentos da marca Sadia, em Tatuí, foram hospitalizados após um vazamento de amônia na manhã de segunda-feira dia 3 de fevereiro.
A unidade, situada em uma área rural da Vila Angélica, foi evacuada para a ação dos bombeiros e da equipe interna de emergência. No local estavam 350 funcionários, entre operacionais e administrativos.
 
De acordo com a assessoria da empresa, o incidente ocorreu na sala de máquinas, por volta das 9:30 e as causas estão sendo apuradas, mas pelo que foi informado estourou o registro no tanque de amônia. Vários vazamentos vêm ocorrendo no setor do trabalho.
 
Totais de 22 funcionários foram encaminhados ao pronto atendimento de um hospital na cidade por apresentarem desconforto após inalarem o gás. Depois do atendimento, todos foram liberados. As operações na unidade foram retomadas no primeiro turno da terça-feira (4 de fevereiro).
 
A fábrica opera em três turnos, emprega cerca de 820 funcionários e produz sanduíches, pão de queijo, pizzas e pratos prontos.
 
A saúde e segurança
do trabalhador
 
O Sindicato procurou a empresa para obter mais informações e verificou que existem falhas por parte dos encarregados visando capital e não se preocupando com a saúde do trabalhador.
 
O Sindicato pede apoio da CNTA e centrais para realização de um trabalho para evitar esse tipo de problema afim de que novos acidentes não venham a ocorrer.
 
O acidente mobilizou Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), equipe da própria empresa e da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
 
De acordo com a corporação, todas as pessoas atendidas apresentavam «intoxicação leve». A enfermeira responsável pelo pronto-socorro, Roberta Molonha Machado, explicou que os funcionários receberam atendimentos de acordo com orientação repassada pelo Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox).
 
O centro é órgão do governo do Estado de São Paulo, criado em 1991, que presta orientações a respeito de atendimentos relacionados a intoxicações.
«As pessoas nos relataram os sintomas, nós repassamos os dados ao Ceatox, que nos deu orientações de procedimentos», explicou a enfermeira.
 
De acordo com Roberta, esse é o procedimento padrão para casos de intoxicação. «Como não tivemos vítimas em massa e nenhuma em estado grave, com dificuldade respiratória, o atendimento foi eficiente», destacou.
 
A amônia é agente irritante e tem, como efeito principal e mais imediato, queimaduras na pele, nos olhos e no «trato respiratório».
 
Conforme dados da Cetesb, o gás da amônia é incolor, alcalino e «irritante em condições normais de temperatura e pressão». A amônia é «bastante solúvel em água e tem um odor detectável em concentrações acima de 30 miligramas por litro».
 
Ela provoca irritação ocular e nasal e «disfunção pulmonar», oferecendo risco de morte em exposição a concentrações acima de 1.500 miligramas.
 
Sorocaba:
uma cidade onde trabalhar pode ser mortal
 
Em 2012 ocorreram 3.514 acidentes na região de Sorocaba, causando 30 mortes.  Em 2013 foram 3.681 acidentes, com 33 mortes. Até fevereiro de 2014 foram 73 acidentes com 2 mortes.