SINDICATOS

“Foi uma grande luta”

A NR-36 dos Frigoríficos será assinada nesta semana, garante ministro do Trabalho. Ministra da Secretaria dos Direitos Humanos entra na luta

“Foi uma grande luta”
A NR-36 dos Frigoríficos será assinada nesta semana, garante ministro do Trabalho
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, garantiu, em entrevista à imprensa, que reunirá os técnicos de seu gabinete e que, ainda esta semana, assinará a norma regulamentadora dos frigoríficos.
 
Ministra da Secretaria dos Direitos
Humanos entra na luta

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A ministra, Maria do Rosário, participou do V Encontro Internacional das Mulheres da Alimentação e assumiu a posição de interceder pela assinatura da norma.
 
Após quinze anos de luta, os trabalhadores e trabalhadoras da alimentação do Brasil veem o seu sonho sendo realizado, sonho este que é a criação de uma regulamentação que faça mudanças nos locais de trabalho dos frigoríficos, visando a reduzir os acidentes e as doenças profissionais de um dos setores que mais adoece trabalhadores e trabalhadoras na indústria brasileira. Um milhão de trabalhadores serão beneficiados por esta regulamentação.
 
A principal medida contida na norma é o estabelecimento de pausas que serão aplicadas da seguinte forma: a cada 50 minutos de trabalho, 10 minutos de pausa.
 
A norma contém 16 itens e 217 subitens que regulam as condições de trabalho nos frigoríficos brasileiros.
 
Um pouco de história
 
Há 15 anos, notamos que um grande grupo de trabalhadores de um frigorífico da cidade de Marau/RS sofria dores nos pulsos e nos ombros. As mulheres afirmavam ouvir sempre a mesma resposta do médico do trabalho: “as dores são de torcer a roupa em casa…
 
Mesmo na minha ignorância sobre medicina, notei que alguma coisa estava errada. No dia seguinte fui à cidade vizinha, pois tinha outra assembleia, também com funcionários do mesmo frigorífico de Marau. E também notei muita gente com o mesmo problema no punho. Nesta ocasião, perguntei aos trabalhadores: “mas como vocês conseguem trabalhar? e obtive a seguinte resposta: “quando entramos para trabalhar eles nos dão remédios para aliviar a dor.
 
Os primeiros passos
 
Depois desta triste experiência, a CONTAC e a Rel-UITA entraram na luta para combater as LER/Dort, realizando o primeiro seminário nacional sobre doenças no setor avícola, na cidade de Serafina Corrêa, no estado de Rio Grande do Sul.
 
Começamos então a debater a história das doenças e a considerar que, além de um trabalho técnico que precisava ser desenvolvido, o grande problema finalmente era político: o ritmo frenético e a própria organização do trabalho.
 
A partir deste período, os Sindicatos e Federações filiados à CONTAC foram orientados a colocar este tema em discussão com os trabalhadores e trabalhadoras. Desta forma, a massa trabalhadora começou a ter consciência do que se passava em seu meio, bem como da necessidade de se mobilizar para conseguir melhorias no seu local de trabalho.
 
Posteriormente, idealizamos um símbolo para a campanha de denúncia e aí apareceu em cena o “FRANGO DA CONTAC”, que passeou por todo o Brasil, chegandoaté mesmo a vários países da Europa.
 
Neste momento, quando a NR será assinada pelo ministro de Trabalho, queremos agradecer por toda a solidariedade e o apoio do Ministério Público do Trabalho, da Fundacentro, da Dra. Maria Maeno, do Dr. Roberto Ruiz, grande amigo e parceiro de todas as horas; à Lo-Tco da Suecia, à Federação SEL e ao SASK da Finlândia e ao Gerardo Iglesias, secretário regional da UITA, que tomou esta nossa campanha como sua.
 
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 Foto: CONTAC