Uma conquista sempre bem-vinda
Gorjeta, um ritual
que exprime confiança
que exprime confiança
Uma conquista sempre bem-vinda

A «pequena gratificação a quem prestou um serviço, suplementar ao pagamento devido» chamada de gorjeta, é uma conquista sempre bem-vinda.
Ao longo de mais de 30 anos, a gorjeta tem gerado muitas discussões, bem como a criação do projeto de lei de Regulamentação da Gorjeta (PLC 57/2010), que incorpora os ganhos adicionais à aposentaria dos garçons.
Neste momento, está em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, para sua votação final.
Historicamente, o percentual recebido de gorjeta tem trazido problemas sérios tanto para nós trabalhadores, como para os empregadores, justamente pela falta de uma disciplinarização adequada e consensual.
Recentemente, ouvimos de um empresário que o papel do garçom no estabelecendo onde trabalha vai assumindo cada vez mais uma maior importância. Ele se referia ao fato de que o trabalho deste profissional quebra toda a impessoalidade e distância tão comuns nos dias de hoje em lojas de departamento, supermercados, centros comerciais e até na internet.
Isto se deve a que o garçom estabelece um laço particular na sua prestação de serviço, associando o sentimento humano de simpatia ao interesse comercial.
Com isso, atrai e fideliza o cliente, oportunizando a gorjeta, entre outras vantagens, para si e para o estabelecimento em que trabalha.
Anésio Schneider – homem tarimbado na hotelaria – tem tal consciência e sabe da importância dos 10% na vida do trabalhador e da sua família. Por tal razão, como fruto de um trabalho de quase dois anos, vem celebrando acordos individuais com empresas (já são quase 30), regulando legalmente a cobrança e a distribuição desta verba.
Agora, a gorjeta também será incluída nas férias, no décimo terceiro salário, INSS, FGTS, ou seja, em todos os efeitos legais, conforme determina CLT. Pouco a pouco, está se acabando o «por fora».
Mais do que uma conquista de 2014, a gorjeta ou a taxa de 10% faz parte de um ritual que exprime confiança, gratidão e reconhecimento não só do cliente ao concedê-la, mas também do garçom ao rebecê-la.
Ou melhor: esses 10% são o reconhecimento de uma união afetuosa e mútua, gerados num contexto onde o garçom humaniza o vínculo entre o estabelecimento e o cliente.
Que surjam novos contratos, pois a gorjeta é bem-vinda!