SINDICATOS

Na Nestlé Itabuna falta democracia e sobram prepotência e arbitrariedade

Muita FIFA e pouco trabalho decente
Na Nestlé Itabuna falta democracia e sobram prepotência e arbitrariedade
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A empresa está patrocinando a Copa do Mundo e a seleção brasileira, com um custo de 400 milhões de reais, mas não investe nas boas condições de trabalho e qualidade de vida de sua força produtiva.
Em assembleia, no dia 11 de junho após uma paralisação de quatro horas, os trabalhadores da unidade Nestlé de Itabuna rejeitaram a proposta patronal. E também aprovaram greve de 24 horas, a partir das 20 horas, do dia 17, terça-feira passada.
 
O sindicato comunicou à empresa a decisão dos trabalhadores. O objetivo é vencer a arbitrariedade da Nestlé e retomar as negociações da Campanha Salarial.
 
Reivindicações
 
Entre outras reivindicações, os trabalhadores cobram piso salarial único para todas as unidades e reajuste salarial de 9%. Mas a transnacional oferece apenas 7,5% de reajuste salarial e piso de R$ 1.075,00, para unidade de Itabuna, inferior ao piso de R$ 1.240,00, em São Paulo, e R$ 1.100,00, em Minas Gerais.
 
A proposta da empresa de um incremento de R$ 300,00 na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e R$ 40,00 no tíquete alimentação, são valores inferiores aos obtidos no ano passado. Afinal, em 2013, foi concedido reajuste de 8,5%, com incrementos de R$ 400,00 na PLR e R$ 60,00 no tíquete.
 
Nós reivindicamos 9% de reajuste salarial e um piso salarial de R$ 1.150. Além de uma PLR e tíquete com valores superiores ao da campanha salarial 2013.
 
A diferenciação de piso salarial nas diversas unidades revolta os trabalhadores. A empresa está patrocinando a Copa do Mundo e a seleção brasileira, com um custo de 400 milhões de reais, mas não investe nas boas condições de trabalho e qualidade de vida de sua força produtiva.
 
Arbitrariedade
 
A Nestlé de Itabuna, de forma ilegal, vem utilizando o terror psicológico para tentar impor o medo nos trabalhadores. Entretanto, não vamos ceder à chantagem patronal.
 
Continuaremos firmes na defesa dos nossos justos direitos.
 
Durante toda a nossa Campanha Salarial a empresa investiu no seu poderio econômico para emperrar o processo de negociação.
 
Entre a entrega da Pauta de Reivindicações e a proposta final da Nestlé foram mais de 80 dias.
 
A desvalorização dos trabalhadores por parte da empresa é notória. A proposta final apresentada na última rodada de negociação foi vergonhosa.
 
Pressão
 
Estamos indignados com a atitude da gestão da unidade da Nestlé em Itabuna que tenta pressionar os trabalhadores para impedir a paralisação em defesa dos direitos.
 
Repudiamos a atitude da empresa, que no dia 13 de junho, paralisou suas atividades e reuniu trabalhadores forçado-os a fazer um abaixo assinado para não se realizar a greve. A empresa também exigiu a convocação de uma nova assembleia para discutir e aprovar a mesma proposta reprovada.
 
O SINDALIMENTAÇÃO denunciou, à Internacional UITA e a CONTAC, a postura prepotente e desrespeitosa da empresa com a deliberação tomada em assembleia. Estamos firmes com nossa paralisação e lutando contra as práticas antidemocráticas da empresa.
  

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