A precarização do trabalho no Brasil
Com Neuza Barbosa
Trabalhadores da alimentação de luto
A precarização do trabalho no Brasil
(Foto: STIAS)
Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Sorocaba (STIAS) mobilizado após a morte de um trabalhador da empresa CODAP. A tragédia ocorreu no dia 27 de janeiro passado, deixando chocados os trabalhadores da fábrica paulista de Sorocaba que produz chantilly para várias companhias de laticínios do país, entre elas a Danone. A CODAP é una empresa de capitais italianos, cuja matriz está situada na Itália.
Em diálogo com A Rel, Neuza Barbosa de Lima, dirigente da Federação de Trabalhadores da Alimentação de São Paulo, disse que, depois do incidente causador da morte de Osmar Diniz, o Sindicato de Sorocaba realizou una mobilização com o objetivo de chamar a atenção da companhia para uma série de reivindicações em matéria de segurança trabalhista.
“Infelizmente, o que se fizer daqui por diante não devolverá a vida deste companheiro, mas servirá para que sejam evitados outros acidentes fatais”, enfatizou.
Osmar Diniz era técnico de manutenção e se preparava para realizar a manutenção do equipamento quando foi literalmente prensado pelo robô, cuja função é empilhar caixas.
De acordo com as primeiras informações da perícia técnica, o trabalhador havia ligado a máquina sem querer e os sensores de movimento feitos para pará-la não funcionaram e, portanto, a máquina só deixou de funcionar depois de completar o programado, sendo impossível socorrer a vítima.
Consultada sobre se teria sido possível evitar o acidente, Neuza afirma que sim. “Infelizmente, a Comissão de Segurança Interna da fábrica não cumpriu devidamente com o seu papel. Se tivessem detectado a falha no sensor, provavelmente o acidente teria sido evitado”, afirmou.
“Na quarta-feira, 29 de janeiro, fizemos uma mobilização prévia a uma assembleia onde fomos acompanhados pelos sindicados da cidade”, disse.
Naquela oportunidade, o Sindicato apresentou uma série de reivindicações vinculadas à segurança no local de trabalho. “O outro robô empilhador será inspecionado, e não só o que provocou o acidente fatal, dando ênfase na contratação de pessoal qualificado para as tarefas da fábrica” afirmou o dirigente.
Conforme Neuza nos explicou, a empresa tomou todas as medidas que lhe foram solicitadas e esclareceu que não encontrou pessoal adequado para as tarefas da fábrica.
“Neste momento há 12 vagas não ocupadas, o que sobrecarrega os trabalhadores no desempenho de suas tarefas”, alertou a sindicalista.