Organizadores do ato agradecem o apoio da Rel-UITA na divulgação do caso que permanece impune
Ato em memória de Zé Claudio e Maria
A Floresta vai Gritar foi um sucesso!
Organizadores do ato agradecem o apoio da Rel-UITA na divulgação do caso que permanece impune

Claudelice Santos, irmã de Zé Claudio, cunhada de Maria do Espírito Santos e organizadora do Ato em Memória do casal, A Floresta Vai Gritar, de grande mobilização na luta por justiça, organizado em Nova Ipixuna, no Pará, onde Zé Claudio e Maria viviam, enviou A Rel seu agradecimento pela divulgação e apoio à luta.
“Agradecemos à UITA por todo apoio a não somente a nossa causa por justiça, mas por toda a união e pela força prestada às comunidades que necessitam de apoio.
O Ato em memória a Zé Claudio e Maria foi incrível e agradecemos de coração o apoio de vocês postando na página da Rel-UITA a nossa luta e incentivo, muito obrigada!»
O ato ocorreu no dia 24 de maio, data em que completaram 3 anos do assassinato dos ativistas José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, os Heróis da Floresta.
Esse título lhes foi dado em 2012 pelo Secretariado do Fórum das Nações Unidas sobre Florestas, em reconhecimento à sua luta e combate contra a extração ilegal de madeira na Floresta Amazônica.
Os mandantes do crime, confiando na impunidade, continuam soltos até hoje.
Entenda o caso
O casal de extrativistas “marcado para morrer” denunciava a produção ilegal de carvão com o uso de mata nativa e castanheiras, as grilagens de terras para a pecuária e as madeireiras ilegais.
Foi em 24 de maio de 2011 que foram mortos em uma emboscada e alvejados com tiros de escopeta em Nova Ipixuna, sul do Pará, na área do assentamento Praia Alta/Piranheira.
O Ministério Público Federal pediu que este crime fosse apurado pela Polícia Federal, devido à conexão com os crimes de grilagem e desmatamento ilegal em terras da União, entretanto o Supremo Tribunal Federal determinou a competência estadual para estes assassinatos.
Para o Ministério Público Estadual do Pará (MPE-PA) o crime foi motivado pela disputa da posse de um dos dois lotes adquiridos pelo réu José Rodrigues, «objetivando afastar qualquer impedimento para adquirir a posse da terra».
Dia 4 de abril de 2013, testemunhou-se no Tribunal do Júri de Marabá, Pará, a absolvição de José Rodrigues Moreira, acusado de ser o mandante dos assassinatos dos extrativistas.
Já os executores foram condenados. Lindonjonson Silva Rocha, nada mais nada menos que o irmão de José Rodrigues Moreira, foi condenado por homicídio duplamente qualificado e sentenciado a 42 anos e 8 meses de prisão.
Alberto Lopes do Nascimento recebeu pena maior, por ter cortado a orelha de José Claudio foi considerado culpado de duplo homicídio triplamente qualificado e sentenciado a 45 anos de prisão.
O Ministério Público e os advogados da família de José Claudio e Maria, recorreram da decisão de absolvição de José Rodrigues. Um ano após o julgamento, o recurso de Apelação aguarda decisão da desembargadora Vera Araújo de Souza, da 1ª Câmara Criminal Isolada do Tribunal de Justiça do Estado.
Sendo anulada a decisão que absolveu o mandante, o próximo passo será pedir o desaforamento do processo da Comarca de Marabá para a Comarca de Belém, onde novo julgamento possa ocorrer com mais imparcialidade.